Havia um mar inteirinho vivendo dentro de uma concha. Nesse mar vivia todo um mundo, de sereias à baleias e peixes pequeninos, e grandes, plantas aquáticas e estrelas d’água. Nesse mundo feito d’água havia uma grande vontade. De sair. De transbordar para além-mar. O mar, quando chegava no pico dessa grande vontade, formava ondas gigantescas – gigantes para um mar que vivia em uma concha. Tocava o céu da concha fechada, segura de si e certa de que o protegia. Ele a tocava e dizia: “como seria poder me espalhar?”. A concha – com medo – respondia: “como seria se perder lá fora e não mais saber o caminho de volta?”.
O mar-mundo-profundo mergulhou em si mesmo – formando um redemoinho – tamanha foi a sua emoção. E disse: “E se lá fora for o caminho de volta?”.

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A concha suspirou. E em seu suspiro deixou-se abrir o suficiente para que seu mundo de dentro sentisse a luz de um Sol gigantesco – gigante era, na verdade, tudo que se sentia e se fazia de todo coração.

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“Transborde, caro mar”. Era hora de aprender a se ser em outros mundos.

da minha varanda 🍃
Renata Brügger

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