A abordagem Sistêmica analisa, com sua perspectiva ampla e aprofundada, como nossos relacionamentos influenciam quem somos. Gosto de dizer que “somos conexão”, ao mesmo tempo, sempre pontuo que nossa autenticidade é uma necessidade básica. Assim, nossa individualidade pode ser vista e utilizada como uma ponte para nos ligar aos sistemas de que fazemos parte (familia, amigos, trabalho) de forma muito mais verdadeira. Pois através de quem somos – e como expressamos ou reprimimos isso nas nossas relações – identificamos um dos relacionamentos que mais precisa de cuidado e atenção: a relação com nós mesmos. Traumas, medos, crenças limitantes, autocrítica, tristezas, ansiedades, bloqueios. Todas essas questões – e muitas outras – podem ser analisadas à luz da abordagem sistêmica, que não irá apenas considerar a sua própria percepção de mundo, mas como essa percepção se relaciona com o que o mundo lhe entrega. Dessa maneira, como me relaciono com os pais e familiares que fazem parte do meu clã? Como me relaciono com os problemas, conflitos, dores e medos que esse sistema possui? Como contribuo para conflitos ou soluções? Qual é o meu papel na resolução ou manutenção de situações difíceis? E qual seria o meu lugar? Um lugar que de fato traga um respiro para mim e para o outro. Um lugar que não está apenas identificado com papéis e funções dentro do grupo, mas que também acolhe e faz espaço para quem sou.

Na Terapia Individual, também faz parte do meu trabalho a abordagem Ericksoniana, desenvolvida por Milton Erickson – Psiquiatra e Terapeuta Sistêmico Norte Americano – que é conhecida como a “Terapia feita sob medida”. Uma abordagem focada em nossos recursos e potenciais, para que assim se construam soluções e caminhos terapêuticos que estejam em sintonia com a busca e objetivos de cada um.

“Em relacionamentos inseguros disfarçamos nossas vulnerabilidades para que nossos parceiros nunca nos enxerguem de verdade” – Sue Johnson

Como seria então reconhecer inseguranças e transformar a maneira como nos relacionamos com elas? Na Terapia de Casal – assim como na Terapia de Família – o cliente é o Relacionamento. Não há lados a serem escolhidos. Não vamos definir quem está certo ou errado. O objetivo é construir um lugar seguro para que ambos sintam que há espaço para o que sentem e pensam. Aqui, trabalhamos a disposição de cada um em ouvir e considerar os sentimentos e dores do outro, com respeito. Aprendemos então a cultivar, principalmente, a disponibilidade emocional e o hábito de buscar e encontrar alívio, cumplicidade e acolhimento na relação.

“Sua tarefa não é buscar amor, mas meramente buscar e encontrar todas as barreiras dentro de si próprio que você construiu contra o amor”. – Rumi.