Um dos contatos mais curiosos que tive com a terapia familiar sistêmica foi assistindo uma sessão. Os participantes eram um pai e seus dois filhos adolescentes. Um rapaz mais velho e uma garota.

O pai reclamava que seus filhos só brigavam. Não conseguiam conviver bem. O filho reclamava da irmã. A filha reclamava do irmão. O pai, então, intervinha e tentava defender a filha do irmão e o filho da irmã. Logo em seguida, ele falava sobre como gostaria que os dois se entendessem.

E o ciclo se repetia.

Em um dado momento, a terapeuta pede ao pai que saia do meio. – Ele estava sentado entre os dois filhos. Ela então começa a conduzir um diálogo entre os irmãos, pedindo apenas que o pai não interfira.

E os dois começam a conversar. E, de seus lugares, eles se entendem.

O pai já não precisava estar entre eles.
O que naquele sistema familiar foi um grande alívio.

Mas o que realmente os impedia de conviver bem?
O fato é que há muitos processos a serem analisados em casos assim. Contudo, reconhecer seu lugar sempre será um passo importante. Muitas vezes, “ficar no meio” não ajuda. Ou, pior, contribui ainda mais para a não resolução.

Nessa história, o lugar do pai não era entre os filhos. E, com o pai no “meio”, os filhos não estavam tão seguros de se relacionar do lugar de parceiros e irmãos. Eles se embaralhavam entre medos, frustrações e expectativas. Talvez eles competissem pela atenção/aprovação do pai. Ou ainda, não entendiam bem como essa “parceria” podia ser útil e essencial.

A partir dessa história – e conectando-se com a sua – como você entende o processo de reconhecer o seu lugar? 🔔

da minha varanda 🍃
Renata Brügger

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